A série Parque do Ingá 50 anos: Preservar hoje para comemorar sempre tem como proposta apresentar informações relacionadas ao histórico e os desafios para o futuro dessa Unidade de Conservação que no ano do seu cinquentenário (2021) enfrenta grave problema de seca dos seus lagos.
Os primeiros quatro episódios desta série compõem a descrição dos relatos feitos pelos palestrantes convidados para Reunião Pública: “Os lagos do Parque do Ingá estão secando. O que fazer?”. O evento em questão foi realizado no dia 29 de setembro de 2021, no Plenário da Câmara de Vereadores de Maringá, reunindo representantes do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA, Comissão de Direito Ambiental da OAB Maringá, Sanepar e Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal de Maringá. A comunidade presente também participou com perguntas e considerações que enriqueceram o debate sobre a temática.
O material será apresentado em episódios para destacar as contribuições de cada especialista. Neste quinto episódio intitulado O que mudou desde o plano de manejo de 2007 do Parque do Ingá? o relato é de Ana Lúcia Rodrigues, Vereadora e Procuradora da Mulher da Câmara de Vereadores de Maringá.
Episódio 5: O que mudou desde o plano de manejo de 2007 do Parque do Ingá?
A Zona de Amortecimento a que se refere o caput está definida pelo raio de 200m
(duzentos metros) a contar do limite do cercamento do parque e tem como
definição: “entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas
estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar
os impactos negativos sobre a unidade”.
Ana Lúcia Rodrigues, Vereadora e Procuradora da Mulher da Câmara de Vereadores de Maringá. |
É um raio de 200 metros num eixo do entorno do Parque do Ingá
e sim, deverá ter tratamento especial no sentido de promover a existência do
parque porque há uma contradição existente. Aquilo que se torna uma grande
amenidade e que valoriza sobremaneira os edifícios e todos os imóveis no
entorno do parque leva em consideração essa paisagem. E é o mau uso das fontes
que alimentam o parque que poderá colocar em risco e colocará essa paisagem.
Porque não se trata apenas das águas, mas também dos
edifícios do entorno do parque que refletem o sol sobre essa unidade de
conservação que também coloca em risco essa paisagem, e esta é uma outra
questão a ser considerada. Lembrando que o plano de manejo vai mostrar que a
zona de amortecimento e sua ocupação tem por objetivo conter os efeitos
externos que influenciam negativamente a conservação da unidade e tem como
objetivo minimizar os efeitos da borda, ou seja, isso só se dará com ações
concretas.
E não é por meio de um milagre e um grande herói e heroína
que vão conseguir dar respostas e restituir o parque. Mas é um conjunto de
ações que darão conta de não permitir que sua degradação continue. Então,
lembro por fim, estão postas proposituras por meio de normas, que o próprio
plano de manejo traz, e que relembro: “Os projetos de edifícios e demais obras,
tanto de obras em andamento quanto edificações prontas, devem desconsiderar o
uso de água de poços artesianos profundos”. Por isso, as novas edificações
devem não fazer o rebaixamento do lençol freático.
Importante destacar que o rebaixamento do nível freático e consequentemente das nascentes, já havia sido constatada no plano de manejo do Parque do Ingá em 2007. E apesar de se constatar o rebaixamento no nível freático, esse rebaixamento continuou. E daqui exatamente 14 ano, vamos constatar o que será?".
Nenhum comentário:
Postar um comentário