terça-feira, 8 de dezembro de 2015

MARINGÁ S/A


Ana Lúcia Rodrigues
Professora da UEM, coordenadora do Observatório das Metrópoles – Núcleo da Região Metropolitana de Maringá.


A Mensagem de Lei 105/2105 do Executivo de Maringá propõe a criação de uma Agência de Desenvolvimento, sob a forma de uma “sociedade de economia mista”, mais um eufemismo para justificar repasse de Fundos Públicos para investimentos privados. O município entra com toda a infraestrutura e recursos financeiros e meia dúzia de empresários utilizam o dinheiro para fomentar seus próprios negócios, sempre em nome do “desenvolvimento econômico e social do município”.
É mais uma ação pouco criativa da receita neoliberal utilizada nos últimos 11 anos na cidade canção, para privatizar a gestão do Orçamento Municipal. A novidade em Maringá é a arbitrariedade excessiva e arrogante desta Proposta do prefeito Pupin, que exclui o ritual transparente e público para a execução dos recursos orçamentários e relega o próprio poder Executivo e o Poder Legislativo ao papel de meros coadjuvantes na gestão do município.
A base aliada que compõe a maioria da Câmara de Vereadores certamente será favorável à aprovação desta Proposta do prefeito (talvez com alguma emenda) que, se de fato for aprovada, significará um retrocesso, pois é sempre o mesmo esquema, propostas apresentados na semana do Natal, sem nenhum debate, que reproduzem ações desastrosas como a privatização das escolas e dos postos de saúde na gestão de Ricardo Barros nos anos 1990. Maringá precisa de gestores comprometidos com os interesses coletivos, com a democracia participativa (e não com os simulacros de participação que os dois últimos prefeitos vêm fazendo) e com ações voltadas para o cumprimento dos princípios da Constituição Federal que garantem direitos para a população, igualdade e uma sociedade verdadeiramente justa.

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